03 junho 2020

Ajustes para o mercado de delivery


A pandemia do coronavírus tem dado vazão para um crescimento vertiginoso no número
 de entregadores contratados por conta do aumento da demanda


O mercado de aplicativos de delivery está em franco desenvolvimento por conta da pandemia do coronavírus. De acordo com pesquisa da RankMyAPP, em março/abril o número de downloads de aplicativos do tipo cresceu 200%. 

Mas é preciso cautela antes de festejar, pois o crescimento do número de entregadores disponíveis tem sido ancorado na crise de desemprego e da redução de salários e de jornada também em razão da pandemia. 

Isto significa que muita gente, entre esses novos entregadores, não tem experiência na área e também não tem aptidão para atuar nesse serviço, o que pode criar transtornos para a empresa e para o consumidor. 

É claro que não se está aqui contra a contratação desses novos entregadores e tampouco se está aqui dizendo que o trabalho ofertado pelas empresas de delivery é deficiente ou que elas não estejam atendendo às necessidades. 

Em um primeiro momento o volume de entregadores despreparados não chegou a afetar o bom atendimento. Mas provavelmente isto virá a acontecer se nenhum cuidado adicional for adotado nas próximas semanas. 

O objetivo deste texto é fazer um alerta para empresas e consumidores e ainda para os novos entregadores ou candidatos a, para que o crescimento do mercado não traga consigo uma dificuldade maior, que ninguém quer. 

Uma preparação melhor dos novos entregadores é boa para eles em primeiro lugar e mais ainda para as empresas. Com ela, eles podem trabalhar mais seguros e as empresas conseguem uma mão de obra mais efetiva e constante. 

Para os consumidores, o treinamento também será positivo, pois melhorará a relação deles com os novos entregadores, minimizando desgastes na hora dos pedidos 

e assegurando entregas mais corretas, rápidas e baratas. 

Além de tudo isto, há que se levar em conta que o consumidor já vinha mudando de hábitos antes do vírus. O processo foi acentuado a partir dele e pode se consolidar de uma forma mais segura para se manter depois da crise. 

Os mais de 22 milhões de celulares com aplicativos de delivery baixados entre março e abril não podem representar apenas o “boom” do momento. Ao contrário, têm de pavimentar um mercado promissor ainda mais. 

Há quase um ano no Brasil, a colombiana Picap, é um exemplo dessa expansão. Ela estreou no mercado nacional como aplicativo de transporte de passageiros por moto. Agora já possui 20 mil motociclistas cadastrados. 

Não só: evoluiu para o mercado de delivery durante a pandemia e já mira no serviço Pibox, de transporte de mercadoria de redes varejistas para o consumidor final, que também se materializou com o advento do novo vírus. 

Os investidores estão de olho na tendência. De acordo com pesquisa da RankMyAPP, cresceu 61,3% o número de aplicativos de delivery baixados até dia 16 de maio por consumidores. A comparação é com todo 2019. 

É expansão pura.