11 julho 2020

Pelo fim da rede de fake news

Mais do que identificar, punir e barrar a ação das pessoas que usam de fake news
para obter vantagens ilícitas, a polícia e a justiça têm a obrigação de fazer parar


A revelação de que existe uma rede de “fake news” atuando nos bastidores da política em Salto, feita a partir das declarações do vereador Antônio Cordeiro (PT), nesta semana, que move processo para identificar e punir os responsáveis, traz à luz uma realidade que atormenta figuras públicas da cidade há muito tempo e que precisa ser estancada definitivamente com a retirada dos autores de circulação. 

Trata-se de um jogo sujo, praticado por quem não tem coragem de mostrar a cara e enfrentar aqueles que considera inimigos, com argumentos e com fatos, para provar que tem razão. Pessoas rasas como essas preferem se esconder em perfis falsos para poderem falar o que desejam, porque sempre acharam que nunca seriam pegos ou que nunca teriam de responder pelo que fazem ou dizem. 

Na política e na vida, é essencial que as pessoas tenham responsabilidade pelos seus atos e que assumam efetivamente aquilo que defendem, seja certo ou errado. A covardia de se esconder para poder falar mostra que nem essas pessoas acreditam naquilo que dizem e que agem assim, porque temem as consequências que suas opiniões e atos pode gerar diretamente para si e também para suas famílias. 

Mais do que identificar, punir e barrar a ação dessas pessoas, a polícia e a justiça têm a obrigação de fazer parar. A rede social não é mais terra de ninguém como era antigamente. Hoje já existe um marco legal que permite disciplinar o uso e atribuir responsabilidades e punições para quem não age corretamente, nem com relação às redes sociais nem com relação ao que é viver em sociedade. 

Há um tempo atrás uma deputada estadual de Sorocaba levou às barras dos tribunais um cidadão de Votorantim, responsável por dizer, nas redes sociais, que ela deveria voltar a encostar o umbigo no fogão e deixar de atuar na política, pois era uma mulher. Nada mais ofensivo do que julgar uma pessoa pelo sexo e mais ainda atribuir a essa pessoa uma incapacidade justamente por fazer parte do sexo feminino. 

Como a legislação estabelece regras claras, a deputada em questão conseguiu identificar o agressor e depois participar de uma audiência com ele, na qual pode dizer tudo o que pensava do raciocínio tacanho que ele demonstrou, e não aceitou as desculpas dele perante o juiz, o que encerraria o caso, obrigando-o, ao contrário, a pagar uma multa pesada, que ela reverteu em favor de uma entidade assistencial. 

A informação sobre a atitude da deputada se espalhou para toda a região e hoje ninguém se arvora a dizer inverdades contra ela nas redes sociais, sobretudo com perfis anônimos ou falsos. Essas pessoas, que ainda costumam agir como se a internet fosse terra sem lei, sabem que serão buscadas, identificadas e punidas, porque a parlamentar age com rigor em relação a isto e por isso preferem não fazer. 

Que aconteça assim aqui. 


Artigo publicado na seção opinião do Jornal Taperá de 11-07-20