25 julho 2020

O mal que fazem ao turismo

Projeto do Trem Turístico ligando Salto e Itu ganhou um novo alento com a visita do
secretário de Estados de Turismo, Vinícius Lummertz, esta semana à cidade de Salto


A visita esta semana, aos municípios de Salto e de Itu, do secretário de Estado de Turismo, Vinícius Lummertz, dá um novo alento ao projeto do Trem Turístico. A ideia é que um trem tipo Maria Fumaça ligue as duas cidades para passeios de turistas no futuro. Só que o projeto, iniciado como um grande empreendimento há pelo menos dez anos, se arrasta com sucessivos adiamentos por diversas razões. 

O que é positivo agora é que o secretário anunciou pela primeira vez uma data efetiva para a conclusão das obras, que será o mês de novembro deste ano. É claro que o investimento tinha data para conclusão (era 3 de julho de 2018), mas a data nunca foi aventada com efetividade. Só agora parece que há uma disposição clara do governo do Estado em colocar um ponto final nessa história. 

Ainda assim, a entrega oficial do projeto para uso da comunidade não é uma certeza diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Também o projeto está orçado em R$ 13,6 milhões envolvendo as duas cidades e não recebeu todos os recursos. Os dois municípios tiveram juntos aportes de quase R$ 60 milhões nos últimos oito anos, mas para obras diversas e não só para o projeto. 

A obra que mais aparece em Salto é a restauração da estação, a qual conta até mesmo com plataformas de embarque. Mas, assim como o restante do projeto, que vive um estado de abandono quase completo, a estação está sendo invadida pelo mato e pelas pichações de paredes. Foi abrigo de moradores de rua por conta do abandono, o que apressou a deterioração do local, apesar dos investimentos. 

A via férrea está escondida embaixo da vegetação, conta com espaçamento desproporcional dos dormentes e boa parte deles está rachada e podre. Construídas de ambos os lados da linha, as canaletas para escoamento da água das chuvas não receberam o tratamento correto e acabaram virando assoreamento para o rio Tietê nas proximidades. A situação é semelhante em toda ligação das duas cidades. 

Não dá, portanto, para se animar por completo, já que muita coisa terá de ser refeita e muito mais dinheiro terá de ser investido. Afora isto, será necessária a implantação de um plano bojudo de marketing para divulgar o projeto e os seus benefícios, a fim de atrair turistas. Também será necessária capacitação de funcionários, instalação de totens, banheiros em condições e lanchonetes. 

Que consigamos. 


Artigo publicado na seção opinião do Jornal Taperá de 25-07-20