10 junho 2020

Despreparo no atendimento ao cliente


A pandemia é uma grande oportunidade para empresas faturarem mais, mas
 se souberem olhar a situação em que vivem os clientes


Desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, há uma preocupação de todas as empresas com a segurança e o bem-estar dos seus trabalhadores, o que é louvável e positivamente producente para o momento, mas não se observa ainda a mesma preocupação com o cliente. 

É claro que a maioria das empresas ainda está aprendendo a lidar com essa situação, assim como todos os cidadãos. Ainda assim, uma coisa é certa: é preciso rapidez nisto para que os resultados obtidos para ambos os lados possam ser bons e satisfatórios na ponta final. 

Nas pequenas cidades do interior, como a que eu moro (Salto), a situação é pior ainda e há uma má vontade de funcionários dessas empresas em entender o problema. Esse é um comportamento absurdo, já que a crise do desemprego vem crescendo e só piora dessa forma. 

Um exemplo são as farmácias. Não é preciso raciocinar muito para se compreender que o grupo de risco da Covid 19 é formado por um público que consome muito medicamento. Pois é, mas as farmácias aqui não fazem entrega em casa. Pelo menos não da forma ideal. 

Algumas redes maiores, como Droga Raia e Drogasil se comprometem a entregar se o destino estiver a 500 metros das unidades. Isto é ridículo. Outras, como a Drogal, recebem pedidos por 0800, o que torna as encomendas demoradas, já que os nomes dos remédios são difíceis. 

Isto nessas redes, porque há outras, como a São Paulo, que sequer atendem ao telefone para receber os pedidos. O telefone está sempre ocupado. Ou seja, não há uma pesquisa para se verificar como atender melhor e fidelizar esses clientes que precisam do serviço, ainda mais agora. 

Se houvesse essa preocupação, essas farmácias poderiam lucrar bem mais, além de gerar emprego para entregadores e satisfação para os clientes. No vácuo que deixam entram farmácias de São Paulo capital, faturando alto para o envio longe, mas atendendo os clientes adequadamente. 

Mas a lentidão não é só das farmácias. Os mercados, as lojas e os açougues também não prestaram atenção ao que está ocorrendo. Alguns poucos têm feito entregas, mas a preços exorbitantes. O que acontece é que lojas maiores e da capital estão ocupando esses espaços e faturando. 

A lentidão e a desatenção com o cliente nesses tempos de pandemia não ficam só nas pequenas cidades. O Extra, por exemplo, leva dez dias úteis para trocar um e-mail e número de telefone do cliente. Sem essa troca, quando há um erro, não realiza nenhuma venda até o reparo. 

As informações, disponibilizadas junto aos produtos nos sites, é bem deficiente também. Não se sabe dimensões exatas, tipo de tomada e até cores disponíveis em muitos casos. Se não se acertarem com brevidade, as empresas vão ter muitas dificuldades depois da pandemia.