28 agosto 2020

Relógios inteligentes combatem Covid-19

Os nomes dispositivos vestíveis ou "wearables" avançam rapidamente e a pandemia está
dando a essa evolução tecnológica mais velocidade e direção específicos



O uso de “wearables” ou dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, na detecção de sinais de saúde que podem indicar uma infecção viral, já estão sendo adotados em vários países como forma de utilizar a tecnologia para combater a contaminação pelo novo coronavírus.

Os “wearables” contam com sensores que medem a frequência cardíaca, o nível de atividade física e a temperatura dos usuários. O seu uso pode identificar, por exemplo, uma elevação da frequência cardíaca em repouso, que pode estar ligada a uma doença infecciosa. 

Pesquisas apontam que as mudanças de padrões mostradas pelos dispositivos podem levar o usuário a buscar diagnóstico e tratamento mais rapidamente e também podem minimizar o contágio de outras pessoas, na medida que a prevenção reduz a curva de contágio. 

Se as detecções forem associadas a outros dados sobre a atividade diária e a duração do sono dos usuários, por exemplo, essas informações podem identificar ainda casos de infecções respiratórias, que são mais complicadas de serem verificadas, como é o caso hoje da Covid-19. 

Além dos relógios inteligentes, dispositivos “wearables” são tecnologias incorporadas a outros acessórios e a peças de vestuário, como braceletes, anéis, fones de ouvido e óculos com funções diversas e todos esses dispositivos se conectam à internet e a aparelhos, como smartphones. 

Os únicos entraves para a disseminação desses equipamentos ainda são o preço e a complicação para usar. Eles são muito caros para a maioria da população. Também não são simples como um telefone celular. Dependem de um poder aquisitivo e conhecimento hoje exclusivos. 

De acordo com um estudo publicado em janeiro deste ano na revista científica Lancet, os “wearables” podem prever o surgimento de surtos de gripes e outras infecções semelhantes em regiões específicas, o que capacita governos a darem uma resposta mais ágil. 

Cabe aos governantes se cercarem do que vem sendo desenvolvido para atender a população naquilo que ela mais necessita neste momento: a prevenção do contágio, o que, por si só, já estará contribuindo, sobremaneira, para preservar a população atual e novas gerações. 

A empresa Oura, fabricante de um anel inteligente nos Estados Unidos, está monitorando o organismo de profissionais de saúde da linha de frente do enfrentamento do coronavírus para afastá-los e tratá-los antes que se tornem sintomáticos, ampliando a proteção aos cidadãos. 

É bem provável que a pandemia da Covid-19 provoque direcionamento e velocidade de pesquisas diferentes para a aplicação dos “wearables”. Um exemplo disso são os adesivos capazes de identificar e medir o suor, uma aplicação que reduz o monitoramento invasivo. 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo algoritmos para alertarem usuários desses dispositivos se eles detectarem sinais fisiológicos que indiquem a presença de uma infecção no organismo. 

O dispositivo ideal para a comunidade científica é o que seria capaz de detectar a presença do vírus no ambiente ao redor do usuário. Quando isto acontecer, o cidadão terá como se proteger e evitar ou reduzir a exposição na medida do seu possível antes que venha a ser contaminado.