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15 agosto 2020

Uma cabeça por uma rosa

O então prefeito de Sorocaba, José Crespo, oferece à vice, Jaqueline Coutinho, uma
rosa para selar a paz entre eles após dois meses de disputa com troca de acusações



Há exatos três anos, em 15 de agosto de 2017, tive de tomar uma decisão difícil para que uma ação minha de marketing político desse o resultado que eu esperava.

Estava secretário de Comunicação e Eventos na Prefeitura de Sorocaba e precisava acabar com uma polêmica disputa entre o prefeito e a sua vice. 

Havia dois meses que Jaqueline Coutinho (PSL) denunciara José Crespo (DEM) por contratar uma assessora sem diploma universitário, que era exigência legal. 

Já havia conversado com os dois para terminar com o impasse, uma vez que a investigação sobre o diploma estava em curso e teria uma solução, mas ambos resistiam. 

Adversários transformaram as falas do prefeito a respeito em ataques à mulher e não à acusação da vice. Aquilo desgastava enormemente a imagem do governo. 

Como teríamos o desfile dos 363 anos de fundação da cidade no dia 15, conseguimos alguns botões de rosa e propus que o prefeito os oferecesse a mulheres no evento. 

Seria um gesto para mostrar que ele não era agressivo ao sexo feminino como a oposição pregava e também um termômetro para testar o quanto a polêmica afetava. 

Mas a estratégia caiu por terra quando a vice, apoiada por professoras contrárias a Crespo, surpreendeu a todos desfilando em uma escola municipal como protesto. 

Ao vê-la vestida de preto com uma faixa na qual dizia que nem toda violência é física e nem toda cicatriz pode ser vista, tive de agir rapidamente, apesar do risco. 

Vice-prefeita Jaqueline Coutinho surpreende a todos em desfile de aniversário
 de Sorocaba ao sair em uma escola com uma faixa de protesto



Disse ao prefeito: invada a rua e ofereça uma rosa a ela. Ele retrucou: não, ela vai recusar e eu vou ficar desmoralizado. Insisti: garanto que não recusará. 

José Crespo é ousado, mas a vice o tinha encalacrado. Para convencê-lo, coloquei meu pescoço a prêmio. Disse: se ela recusar, eu me demito. Ele escondeu a flor e foi. 

A vice se desmanchou em lágrimas e entendeu o gesto como sinal de entendimento. Marcaram uma reunião de acerto para o dia seguinte. A imprensa estampou o gesto. 

Não aconselho a nenhum profissional de comunicação ou marketing arriscar tanto, mas eu tinha de ser convincente. Você só resolve problemas se se envolver com eles. 


Veja a notícia do dia 

03 agosto 2020

Comunicação é sempre fundamental


A rede de fast food desenvolveu um app na medida para enfrentar os dramas 
que as grandes empresas enfrentam nessa pandemia


O McDonald's provou o que já deveria estar consolidado na cultura empresarial no Brasil e, infelizmente, não está, ou seja, que comunicação é sempre fundamental. Afinal, comunicação bem feita tira uma empresa da crise e ainda evita que ela entre, se não chegou a estar nela. 

O case da rede de fast food surgiu na criação de um app de comunicação interna, o MyMc. Quem vê o dispositivo funcionando hoje pode achar que a empresa deu sorte. Afinal, desenvolveu um app na medida para enfrentar os dramas que as empresas enfrentam nessa pandemia. 

Mas não foi sorte. Foi trabalho duro e planejamento. A pandemia foi uma intercorrência que surgiu no meio do caminho e está sendo contornada por conta da valorização da comunicação dentro da corporação. Deu muito certo por essa razão e pela eficiência na colocação em prática. 

O app foi pensado para ser utilizado pelo público que o está usando, ou seja, mais de 50 mil colaboradores espalhados pelo país todo. Um público jovem, que tem um comportamento mobile e é ativo em redes sociais. Esse público gosta de interagir e de cocriar conteúdo. 

Esses colaboradores vivem com o celular na mão para usar o whatsapp, instagram e tiktok, entre outros, e entenderam a linguagem da pandemia, na qual é preciso falar de prevenção, de novos protocolos de higiene, de segurança das pessoas e do que mais tiver de ser dito. 

Além disso, os colaboradores começaram a perguntar, sugerir e participar. A comunicação do McDonald’s deu voz a todos. Os colaboradores têm uma vivência de redes sociais. Ou seja, estão acostumados a essa troca. O resultado é que comunicação interna não tem limites. 

Assim, a comunicação continua produzindo conteúdo para ser transmitido, mas agora também reproduz o conteúdo criado pelos colaboradores. Disso surgiram informações específicas de determinados restaurantes ou de determinada região que incorporou à comunicação. 

Ouvir o que o colaborador tem para falar é a lógica de redes sociais. O que o McDonald’s fez foram apenas alguns ajustes. O app foi criado para levar a comunicação interna a esse perfil de usuário. Por isso, deu tão certo e o fato de existir uma pandemia junto foi só um detalhe. 

Rozália del Gaudio, diretora de Comunicação Corporativa do McDonald’s Brasil, diz: no momento que você dá voz às pessoas da empresa, você as empodera. Para ela, se a empresa empodera, precisa dar liberdade a essas pessoas. Em outras palavras, precisa praticar a arte de delegar. 

A diretora afirma que o McDonald’s trabalhou os três Cs: clareza para mostrar os papéis da empresa e do colaborador, confiança para permitir que os colaboradores se expressem e corrigir eventuais erros sem punição e coletividade, ou seja, trabalhar o conceito de equipe. 

Nessa pandemia mais do que nunca, é necessário que as empresas tratem a comunicação como estratégia. Muito além de ser apenas uma ferramenta para chegar a públicos diversos, ela é um instrumento de convergência. Quem não der a atenção devida, pagará caro por isso.

17 julho 2020

As pedras pelo caminho

Sempre que pude ajudei quem precisava do meu apoio, afinal esta vida é dinâmica e hoje somos 
procurados para ajudar, mas amanhã poderemos procurar


Quando se leva uma rasteira nesta vida ou um golpe baixo que nos faz cair, são poucos os que continuam acreditando em nós e que nos dão uma nova oportunidade. 

É mais fácil duvidar, colocar empecilhos e se afastar o mais rapidamente possível.

Infelizmente, as pessoas acham que o mais importante é se livrarem do problema.

Quando se trata de sugerir o nosso nome para uma empresa ou um trabalho, aí é mais difícil ainda de as pessoas se disporem e menos ainda de se empenharem se toparem sugerir. 

Penso que esse não é o comportamento de quem lutou para estar onde está, de quem é honesto na sua área de atuação e, sobretudo, de quem acredita em Deus.

Porque hoje é você quem está precisando, mas amanhã pode ser aquele a quem você procura hoje.  Esta vida dá muitas voltas. Nunca teremos uma situação imutável.

Até porque o mundo é dinâmico.
 
Sempre ajudei e incentivei. 

Principalmente quando estive em situações melhores.

O que levamos desta vida são as boas coisas que fazemos, o quanto a gente ajudou, como ouvimos o outro que precisava de nós. 

Fazer as pessoas felizes não tem preço.

Lembro-me de um grupo de estagiários que veio se despedir de mim na Prefeitura de Sorocaba, quando fui secretário de Comunicação, ao final do período deles. 

O grupo entrou com aqueles olhinhos de quem está despertando para a vida e me pediu ajuda.

Eu disse: Contem comigo. Vou sugerir o nome de vocês.

Usei minha influência para ajudá-los. 

Logo em seguida uma das meninas já tinha conseguido um emprego. Fiquei realizado por ter ajudado. 

Como dizia o poeta, com as pedras do caminho construirei um castelo. 

A vida é a arte de servir.


15 julho 2020

Empreender é saída para o Brasil

Pelo menos 60% dos jovens brasileiros almejam empreender, revela pesquisa
da Fundação Telefônica Vivo, em parceria com o Ibope


Neste cenário de pandemia, com o afastamento de boa parte da população produtiva das atividades econômicas e com o malogro de vários negócios, sobretudo pequenos, muita gente vê um ambiente sombrio e sem possibilidades, mas esta não é a realidade do Brasil definitivamente. 

Em que pese as atitudes desastradas do líder máximo da nação e do bater de cabeças de outras lideranças importantes do universo político, pesquisa realizada pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com o Ibope, revela que 60% dos jovens brasileiros almejam empreender. 

Este número é extremamente positivo, principalmente neste momento crucial. Reflete o que já vemos no mundo dos negócios, frequentemente um jovem está à frente de empresas unicórnio e até das já consolidadas no mercado. Eles são vetores seguros para o desenvolvimento. 

Isto ocorre porque são inúmeros os jovens que buscam o ensino superior para chegarem a empreender. A capacitação, aliada ao arrojo, permite que eles cheguem aos seus objetivos mais rapidamente. Melhor para o Brasil que fica mais competitivo econômica e socialmente. 

Existem estudos sérios que dão conta de que é cada vez maior o número de pessoas que estão atingindo a marca do primeiro milhão antes de completar 30 anos. Isto é fruto de uma mudança de mentalidade para os negócios, que tem como base uma visão além dos lucros apenas. 

Esses novos jovens são capazes de inovar, de produzir projetos transformadores de realidades e de gerar conexões inusitadas em maior número que os mais velhos, sobretudo porque estão vendo o mundo de uma forma diferente, capaz de perceberem oportunidades novas. 

O empreendedorismo precisa desse olhar e o Brasil tem um vasto campo para o crescimento. A pandemia mesmo mostrou isto. Quantos negócios se reinventaram e quantas oportunidades foram descobertas. Precisamos de caminhos alternativos, diferente dos já conhecidos. 

E um detalhe importantíssimo nessa mudança de comportamento é o anseio pela equidade de oportunidades, um pensar em soluções inovadoras tanto para problemas simples e sem importância, como também para aqueles que são decisivos na parte estrutural. 

Mesmo com um governo que não prioriza a educação, sobretudo a educação de qualidade, o Brasil pode ser um celeiro para novos negócios, que vão levá-lo a um patamar mais elevado no cenário mundial, e isto vai se dever essencialmente aos seus jovens empreendedores.

13 julho 2020

Funilaria virtual

Os desafios deste momento de pandemia são novos, mas quem está no mercado
já enfrentou muitos outros tão difíceis quanto os de agora



Herança sempre divide herdeiros. 

Quando se trata de uma empresa então, muito mais. Há os que querem continuar o sonho de um pai, um avô ou até mesmo um bisavô. Mas há os que preferem vender tudo e fazer dinheiro. 

Douglas, um amigo funileiro que conheci ao acaso ao fazer uma pergunta sobre o preço do reparo de um para-choque, viveu a segunda hipótese, após a morte do dono da oficina em que trabalhava. 

Os herdeiros resolveram vender tudo assim que o enterro terminou. 

- Ninguém queria continuar o negócio, porque ninguém entendia nada dele. Só eram parentes. Nunca acompanharam nada do que o velho Alfred havia construído, disse o funileiro quando me contou a história. 

De repente, Douglas estava desempregado após quase 40 anos ininterruptos servindo aquela funilaria. 

O desespero foi o primeiro. Perdeu o sono, ficou com o estômago embrulhado, a garganta seca. Não havia caminhos. 

Uma pessoa com 40 anos de profissão hoje no Brasil dificilmente se recoloca no mercado. Havia uma família para sustentar ainda. Após educar e encaminhar os filhos, vieram os netos. 

Mas Douglas encontrou a saída. 

Conhecido na cidade e com uma atuação invejada, ele passou a alugar as oficinas de outros funileiros pagando uma pequena taxa. A estratégia deu tão certo que hoje ele não quer outro plano de negócio. 

Consegue faturar 80% do que conseguia antes, mas não tem 70% dos problemas que os donos da empresa tinham de administrar. 

A oficina virtual de funilaria é um sucesso. 

Quem não se reinventa, não se sustenta.

09 julho 2020

Eficiência não é cumprir ordens

Cumprir ordens é uma ação burra e sem efeito, se as determinações não estiverem corretas ou se apresentarem algum desvio no curso da sua realização, seja em que área for e seja feita por quem for.


No mundo corporativo, a eficiência é um dos resultados mais cobrados de todos os funcionários, mas esta não é uma ação tão simples.

Muita gente acha que eficiência é cumprir ordens. 

Cumprir ordens é uma ação burra e sem efeito, se as determinações não estiverem corretas ou se apresentarem algum desvio no curso da sua realização, seja em que área for e seja feita por quem for. 

Mais do que cumprir ordens, todo funcionário precisa entender o que a ordem quer dizer e quais os objetivos buscados por ela. 

Esse entendimento é o que o faz se envolver com a ação. 

Nenhum resultado positivo se consegue sem o envolvimento. 

Passar esse conceito tem sido uma das minhas tarefas primeiras em cada lugar por onde passei ao longo da minha vida. 

Lembro bem de um caso do condomínio onde morava. 

O porteiro era daquelas pessoas dedicadas, dispostas a prestar o melhor serviço possível e um cumpridor de ordens. 

O problema é que não pensava. 

Ao agir assim, ele colocava tudo a perder. 

Pensar é uma atividade fundamental para qualquer atividade da nossa vida e fundamental para se destacar em qualquer atividade também. 

Certa vez, disse a ele: 

- Seu João, alguns amigos virão amanhã para me acompanhar em uma viagem. Será bem 

cedo. Peço que os deixe entrar. 

- Sim senhor. Pode deixar. Cuido disso. Que horas vêm?, perguntou. 

Devem chegar perto das 7h. 

No dia seguinte, os amigos chegaram por volta das 6h. 

Teríamos uma longa viagem e se anteciparam, mas foram barrados. 

- O doutor disse que vocês só poderiam entrar perto das 7h.

06 julho 2020

Vai nos ocorrer



Apesar de a morte ser a única certeza desta vida, como diz o ditado
popular: é preciso encará-la diferente, sobretudo nesta época de pandemia



Assisti a um filme antigo neste final de semana que termina exatamente com a frase que dá título a este texto. Em “Encontro Marcado”, de 1998, com Brad Pitt e Anthony Hopkins, a morte deixa de cumprir o seu papel de pronto. 

Em uma alegoria do final de cada um neste mundo, o candidato a morrer, um magnata da mídia, consegue mais alguns dias, porque o encarregado de levá-lo quer descobrir a beleza da vida que ele descreve à filha. 

A morte se encanta com o empresário ao testemunhar seu conselho à filha, uma médica residente de Nova York infeliz no amor: ele diz que ela deve viver sempre como se fosse o último dia e que tudo tinha de valer a pena. 

Como não é um filme novo, certamente o que descrevo acima também não o é, mas o que me tocou nele e que me faz recomendá-lo neste momento de pandemia é o repensar que se faz da vida diante do momento crucial. 

Pode parecer um tanto quanto mórbido ou melancólico falar de morte dessa forma agora em que milhares já perderam a vida por conta dessa doença, que é perigosa e só não assusta o presidente e seus seguidores, mas não é. 

Olho de outra maneira: como o faz Hopkins no filme. Temos de viver intensamente como se fosse o último dia e tudo tem de valer a pena. Não podemos perder o gosto e muito menos nos apegarmos a coisas pequenas. 

É claro que ninguém está preparado para morrer e nem quer estar. Afinal, o nosso desejo mais recôndito é viver eternamente. Não fosse isto não se gastariam fortunas em plásticas, silicones e tantos tratamentos para rejuvenescer. 

Mas a morte é inexorável para todos. Como diz um antigo ditado popular: “A morte é a única certeza que se tem nesta vida”. Portanto, estar preparado para ela no sentido de vivermos o que tivermos de viver é fundamental. 

A médica Ana Cláudia Arantes, geriatra da USP, explora esse aspecto em um excelente livro que li recentemente: “A Morte é um Dia Que Vale a Pena Viver”, no qual retrata a preparação de pacientes terminais para morrer. 

Ela fala com maestria da importância de se entender a morte como uma ocorrência do ciclo da vida e prega que os seus pacientes tenham mortes lindas, como ela diz, que são aquelas que ocorrem quando o paciente já fez o necessário. 

Trabalhei há muitos anos com uma figura muito importante da política e do esporte de Sorocaba, que me ensinou muito isso: o saudoso amigo João de Andrade, que foi vereador e diretor da Federação Paulista de Futebol. 

Fizemos parte da assessoria do então deputado federal Renato Amary. Eu fazia a comunicação e o marketing político e ele aconselhava o político. Era uma pessoa em paz com a vida e com as pessoas. Exalava bondade. 

Um dia, seu João chegou ao escritório e veio à minha sala como sempre fazia para bater papo. A primeira frase era a mesma: “Como está o doutor?”. Ele se preocupava muito com o mandato de Renato Amary, em quem confiava. 

Mas naquele dia me assustou: disse que tinha ido ao médico e constatara que tinha um câncer em estágio avançado. Eu o consolei, dizendo que poderia tratar, já que a medicina havia avançado muito nos últimos tempos. 

Ele estava triste, porque essa uma notícia que abate a qualquer um. Só que estava em paz. Disse que não faria tratamento algum. Trataria sim de resolver tudo o que ainda precisava de um ajuste e esperaria a morte. 

Tentei convencê-lo de que aquele comportamento era fruto do impacto da notícia, mas que ele deveria fazer o tratamento sim e ele disse que não, não era impacto não. Ele tinha a certeza de que vivera como deveria. 

Fiquei impressionado e perguntei o que é isso? e ele disse que era simplesmente tratar bem as pessoas, não guardar mágoa. Ser feliz com o que tinha, comemorar até pequenas vitórias. E ajudar os outros como pudesse. 

Algumas semanas depois, ele veio até mim para dar um caloroso abraço e dizer: “É por esses dias, mas eu não queria ir sem me despedir de você, que sempre foi amigo como poucos e que me ensinou muito”. Quanta humildade. 

Aqueles exemplos do amigo João de Andrade ficaram para sempre. Hoje me sinto melhor diante da morte do que me sentia antes. Não vivo mais nada provisoriamente. Tem de valer a pena, tem de ser como se fosse o último dia. 

A frase final de “Encontro Marcado” é profunda. A filha do magnata pergunta ao homem por quem se apaixonara, que até então era a morte e agora era um simples mortal no mesmo corpo, o que fariam. E ele diz: vai nos ocorrer. 

Como se estivesse dizendo: vamos viver, o resto a gente vê depois. É isso. É dessa forma que devemos viver mesmo nessa pandemia. O magnata faz um discurso final antes de morrer que dá a receita completa: “Vivam como eu vivi”.

02 julho 2020

Gosta de números?


Hoje é o dia que marca a metade do ano de 2020: já se passaram 183 dias e outros
183 ainda estão por vir e a esperança é que sejam melhores

Você sabia que hoje é o dia do meio? Sim, pelo calendário gregoriano, estamos no 183º dia do ano. Como faltam outros 183 dias para terminar 2020, estamos exatamente no meio. Neste ano não temos sobras de horas. 

Todo ano tem 365 dias, mais 5 horas, 48 minutos e 48 segundos. Essas sobras são somadas a cada quatro anos e constituem os anos bissextos, como este 2020. 

Como regra, todo ano múltiplo de 4 é bissexto. O último foi 2016 e o próximo será 2024. Mas nem sempre os anos bissextos ocorrem a cada quatro anos. Em períodos de 100 anos, eles não acontecem, como será em 2100. Isto ocorre porque não são anos bissextos aqueles que são múltiplos de 4 e também de 100. 

Só que a cada 400 anos, os anos serão bissextos, porque eles serão múltiplos de 4, de 100 e também de 400. Foi o caso do ano 2000. O ano de 1914 não foi bissexto e 2114 também não será, mas 2004 foi. 

Toda essa confusão de números ocorre porque o calendário foi ajustado pelo papa Gregório XIII (1502-1585) em 24 de fevereiro de 1582. Nesse ano ele instituiu o calendário que usamos hoje no Brasil e em dezenas de países: o calendário gregoriano. 

Esse calendário substituiu o calendário em vigor à época, que era o calendário juliano, implantado pelo líder romano Júlio César (100 a.C.- 44 a.C.) em 46 a.C. 

O calendário juliano tinha falhas: a cada 128 anos era necessário atrasar um dia. Do nascimento de Cristo até o ano de 1300 já havia um atraso de dez dias. Com isto, o inverno começava mais cedo. O papa Gregório reuniu diversos especialistas e mudou o calendário. 

Curiosamente, nem o calendário juliano nem o gregoriano têm o ano zero. Ambos os calendários começam no ano 1. Apenas os calendários hindu e budista contam o ano zero em todo o mundo. 

O dia de hoje, como dia do meio, é numérica e astrologicamente uma oposição da passagem do sol entre o dia 31 da noite de ano novo e o 1º dia do ano novo. 

Portanto, hoje é um dia especial de recomeço. O primeiro dia da metade do resto do ano. Que seja bom para todos nós e que seja o início de novos tempos.

01 julho 2020

O que esperar do futuro?


Nunca hesitei em buscar melhores oportunidades e condições, embora nunca
 tenha deixado nenhum empregador na mão: o futuro é de quem se aventura 


Quem estaciona confortavelmente em um porto seguro desperdiça o que o futuro pode lhe trazer e eu vivo isto de forma consolidada.

Sempre busquei, em toda a minha vida profissional, o que me motivava a ser melhor nas minhas atividades e nas minhas relações. Muitas vezes quem esteve próximo de mim, não entendeu as minhas escolhas por achar que quem deixa de lado um porto seguro ou é louco ou está a caminho de ser um com muita brevidade. 

Discordo desse pensamento. 

É preciso ir além sempre. 

No campo profissional, primeiro como jornalista e depois como profissional de marketing, nunca hesitei em buscar melhores oportunidades e condições. 

É claro que isto não significa que abandono barcos, fazendo trocas que se baseiam apenas no interesse financeiro, mesmo porque este não é o único motivo que me move. 

Nunca deixei nenhum empregador na mão ou sem perspectivas com uma notícia de saída abrupta ou sem qualquer preparação.

Vejam: depois de começar como jornalista no semanário “O Trabalhador”, de Salto, recebi convite para ser o editor-chefe do Periscópio, de Itu, jornal que circulava três vezes por semana. 

Era o porto seguro. 

Cresceria com o jornal.

Em “O Trabalhador” introduzi a cor, os cadernos por editoria e criei a edição de quarta. 

Poderia fazer do Periscópio um jornal diário sem dúvida nenhuma. 

Mas abriu-se um desafio maior: ser repórter de um jornal diário, o Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, o maior jornal da região à época e até hoje. 

Não tive dúvida: aceitei ser repórter em Sorocaba e larguei o porto seguro.

Se não tivesse feito, talvez não tivesse tido a experiência de uma cidade maior. Quantos dos meus colegas em Salto e Itu não tiveram essa chance ou tiveram e não a abraçaram? E ela só existiu para mim também, porque me aventurei a buscá-la. 

Depois de algum tempo, troquei o Cruzeiro do Sul, onde tinha o maior salário pago a repórteres na época (final da década de 80) para ser repórter pago com o piso da categoria em São Paulo na Folha, que era já o maior jornal do país. 

Se não tivesse feito, talvez nunca chegasse a um grande jornal e depois da Folha passei por outros grandes veículos. 

O salário subiu rapidamente com o meu desempenho.

Desafios são como espinhos porque cutucam a gente, mas nos fazem descobrir caminhos. 

A Folha foi fundamental para mim. Não só pelo salário (recebia lá, mesmo com o piso de quando cheguei, dez vezes mais que no Cruzeiro e depois, com os aumentos que tive, recebia um salário que era impossível de ser ter no interior), mas pelo que o jornal me ensinou profissionalmente.

Aprendi a concisão, a rapidez de produção de textos e o controle rígido da apuração. Tudo isto era avaliado diariamente pelas minhas chefias e era decisivo para aumentos ou desligamentos. 

Não foi à toa que permaneci na empresa por sete anos.

Mas isto também não me prendeu lá e nem na profissão de jornalista. 

Nos últimos 20 anos, me aventurei a trabalhar com o serviço público fazendo assessoria, consultoria e por fim gestão de marketing político e também desenvolvi atividades no marketing corporativo.

Em 2017, assumi a Secretaria de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Sorocaba e fui o quarto secretário dessa pasta na história da cidade, onde planejei, desenvolvi e coloquei em prática mais de 20 projetos na área.

Passei por empresas da área de alimentação, papel e celulose, ferramentas especiais, educação, esporte,  terceirizadas e concessionária de veículos.

Hoje estou fazendo preparação de candidatos para a eleição, cuja definição de adiamento finalmente saiu nesta quarta-feira (1º de julho). 

Também estou cursando letras-português e ainda pretendo me aventurar a dar aulas em um futuro próximo, mas a vida não para enquanto pensamos.

Com esse novo normal, devido à pandemia do coronavírus, pode ser que eu vá desenvolver outra atividade ainda que seja inteiramente nova neste momento.

Seja o que for, estou pronto e preparado.

26 junho 2020

Na pandemia, é imperioso atender ao consumidor

Sites como o do Extra têm atendimento lento, deficiente e inconclusivo, em que pese
as mudanças que a pandemia impôs a todo o comércio virtual desde o início do isolamento social


Ouvi ou li em algum lugar, já há algum tempo, a seguinte máxima, que traduz perfeitamente a necessidade mais emergente neste momento de pandemia: “Oferecer a melhor experiência para o cliente e olhar para dentro de casa, comunicando e engajando o time, para que todos estejam a bordo na hora de enfrentar uma crise”. 

Só que na prática isto não ocorre. Vivi hoje uma experiência bastante frustrante com o atendimento online de várias lojas. De todas elas, a pior foi o Extra. A loja virtual tem atendimento lento, deficiente e inconclusivo, em que pese as mudanças que a pandemia impôs a todo o comércio virtual desde o início do isolamento social. 

Minha saga começou com a procura por um produto eletrônico vendido em qualquer grande loja hoje em dia. Fiz uma busca por nome do produto e por preço. Encontrei o menor preço em três lojas: Casas Bahia, Extra e Submarino. Os preços praticados por essas lojas eram rigorosamente iguais e estavam bem abaixo das demais. 

A diferença residia no pagamento, tempo de entrega e frete. As Casas Bahia e o Extra não cobravam entrega e a fariam em sete dias úteis. No cartão da Bahia, o pagamento seria em até 18 vezes sem juros. No do Extra em até 15. O Submarino cobrava R$ 9,99 de frete, entregava em quatro dias e parcelava em até 24 vezes no seu cartão. 

Resultado: a primeira compra foi tentada no Submarino. Meu cadastro estava desatualizando. Pedi a atualização no site e obtive imediatamente o e-mail para a troca da senha. Portanto, o meu e-mail estava certo e eu criei nova senha. Mas, pasmem, mesmo assim ela não foi aceita pelo sistema. Reclamei com o atendimento e nada. 

Tentei a segunda loja com a melhor oferta: as Casas Bahia. Meu cadastro estava correto e tinha todos os dados lá. O sistema não aceitou o pagamento por meio de um cartão cadastrado. Não havia nenhuma explicação sobre o motivo. Como havia saldo disponível, tentei uma versão virtual do cartão. Nada. O site trava nessa etapa. 

Sem solução, parti para a última possibilidade: o Extra. Meu cadastro estava desatualizado, mas não se tratava de senha ou e-mail. Era o endereço. Em vez de permitir a correção no próprio site, o Extra manda um e-mail para o e-mail cadastrado com um código, que deverá ser colocado em um espaço do site. Mas o e-mail não chega. 

Há um espaço para pedir o reenvio. Fiz isto. Não chegou da mesma forma. Olhei no spam e nada. Liguei para a Central de Atendimento. Curiosamente, o número é redirecionado para as Casas Bahia. A mensagem dizia: por conta da Covid-19, estamos com menos atendentes e o seu atendimento vai demorar. Esperei 24 minutos à toa. 

O atendimento não evoluiu e a demora começava a causar mal-estar para mim e qualquer cliente. Não é possível que uma venda online ofereça tanta resistência. Qual é a insegurança de atualizar endereço, telefone, no próprio site? Nenhuma. Mas a exigência de enviar um código e não chegar o e-mail torna tudo impossível. 

Neste momento em que as pessoas precisam comprar pela internet e precisam de rapidez, porque as entregas demoram muito, dificultar a compra chega a ser um absurdo. Ainda mais porque existe uma demanda muito grande pelas compras online. Há pesquisas mostrando isto e essas grandes lojas têm conhecimento completo disso. 

Por exemplo, pesquisas mostram que, desde o início do isolamento social, o brasileiro está buscando 70% mais as compras pela internet. A procura é maior por produtos e serviços essenciais, os que ajudam na adaptação da nova rotina em casa e os que oferecem suporte financeiro. Esses são dados de uma pesquisa do Google a partir das buscas. 

Os novos hábitos do consumidor se dividem em três áreas de interesses principais: as buscas por alimentos e bebidas cresceram de 30% a 45%; “restaurante delivery” cresceu 72%; móveis para trabalhar em casa cresceram mais de 90%; startups focadas em varejos e marketplace 47% e software de educação tiveram crescimento de 46%. 

Além do interesse pelas compras, os brasileiros estão usando a internet para transações financeiras. As buscas por "internet banking" cresceram 130% e por "conta digital" subiram dez vezes. As buscas por "mobile banking" também aumentaram 120% e aquelas buscas por “transferência de dinheiro e serviços” cresceram 105%. 

Mas não são só as grandes lojas que ainda não estão alinhadas com as novas demandas pela internet. Os bancos digitais, que, pelo nome, já deveriam estar mais antenados, ainda capengam, infelizmente. O atendimento feito por máquina não resolve absolutamente nada. Quando se passa para o atendimento humano, ele ainda demora. 

Enfim, há muito a fazer. 

18 junho 2020

A força da esperança e da fé

A mensagem de esperança e de fé se espalha pelo mundo por meio da publicidade e das
mídias, que procuram manter o interesse pela vida e pelo futuro


Neste momento de pandemia, muitas pessoas recorrem à fé para tentar enfrentar a solidão do isolamento social. Não estão errados os indivíduos que agem assim. Afinal, esperança e fé são reações que todos nós carregamos e que ninguém tira facilmente. Em períodos turbulentos, elas são garantias de que tudo vai passar, quando parece que não. 

Mas você já parou para pensar nas razões para que este sentimento tenha tanta força e consiga de fato mobilizar as pessoas, como tem acontecido por meio das mídias? Certamente que não. Afinal, esperança e fé estão consolidadas na nossa formação desde sempre. Só a história do Cristianismo já tem mais de 2000 anos. 

Neste período difícil, a publicidade tem explorado o tema à exaustão por acreditar-se nesse apego à ideia de que existe uma luz no fim do túnel e que ela não é um trem que vem de encontro a nós, mas uma abertura por onde se terá acesso a um mundo novo, livre da tragédia que se abateu sobre o planeta na forma de um vírus terrível. 

No livro “Sapiens: Uma breve história da humanidade”, o historiador Yuval Harari faz uma discussão perturbadora sobre o tema. O autor afirma que o homem domina o mundo por ser a única espécie capaz de inventar e de compartilhar histórias. Histórias essas que não existem na natureza e que são produtos apenas da sua imaginação. 

Nesse rol de histórias criadas de forma ficcional estão deuses, nações, dinheiro e direitos humanos. O historiador argumenta que as histórias inventadas e compartilhadas unem os seres humanos em sociedades. Ele defende que a força de coesão de um grupo depende da força desse compartilhamento e da crença de cada um na mesma ideia. 

Desta forma, o ser humano vai além das suas limitações biológicas. Um animal irracional age por instinto, ainda que este instinto o coloque em perigo por conta de alguma armadilha. Já o ser humano não. Ele raciona e se une a outros da sua espécie para criar soluções aos problemas. Essas saídas variam conforme a origem de cada grupo. 

O livro traz conclusões interessantes nessa seara e dá uma sacudida na cabeça de quem se aventura por suas páginas. A principal delas é a confrontação com o número de Dunbar. O antropólogo e psicólogo revolucionário Robin Dunbar entende que cada indivíduo consegue manter relações sociais estáveis com apenas 100 a 230 pessoas. 

Para Yuval Harari, isto não é verdade, porque é possível manter relações e interações sociais, independentemente da confiança, com diversos grupos maiores conforme a crença de cada um. Ele ilustra com as montadoras veículos. Milhares cooperam para montar seus carros, revendê-los em concessionárias e abastecer os seus motores. 

Eles se juntam por conta de uma ideia que norteou a criação das montadoras. Não fosse a imaginação do fundador e a capacidade de compartilhamento dessa ideia, ela não existiria. Outro exemplo é um estádio de futebol lotado com torcidas que agem de forma coordenada e compartilham da mesma emoção, a paixão pelo futebol. 

Ou seja, os seres humanos se juntam em diversos grupos heterogêneos por conta de uma ideia em comum. Essas ideias são compartilhadas entre as pessoas e viram história. Nós seguimos as histórias de diversas origens e com os mais variados fins, mesmo que o dono da ideia já tenha morrido, como ocorreu no caso da maioria das montadoras. 

A religião e a crença estão nesse rol. Bilhões se unem pelo mesmo sentimento de que existe um Deus que olha por todos. Um Deus capaz de salvar quem a ele recorre, desde que se acredite nessa salvação. Então é preciso primeiro acreditar que existe um Deus e depois que ele ajudará quem precisa. Assim, tudo acontece revolucionariamente. 

É a capacidade que só os seres humanos têm de inventar e de compartilhar histórias que torna possíveis a esperança e a fé de que tudo vai passar. Afinal, essa mesma esperança e essa mesma fé norteiam a descoberta de uma vacina para o coronavírus. Cedo ou tarde teremos o tratamento e depois a cura desse mal que tanto nos aflige: acreditemos.

10 junho 2020

Despreparo no atendimento ao cliente


A pandemia é uma grande oportunidade para empresas faturarem mais, mas
 se souberem olhar a situação em que vivem os clientes


Desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, há uma preocupação de todas as empresas com a segurança e o bem-estar dos seus trabalhadores, o que é louvável e positivamente producente para o momento, mas não se observa ainda a mesma preocupação com o cliente. 

É claro que a maioria das empresas ainda está aprendendo a lidar com essa situação, assim como todos os cidadãos. Ainda assim, uma coisa é certa: é preciso rapidez nisto para que os resultados obtidos para ambos os lados possam ser bons e satisfatórios na ponta final. 

Nas pequenas cidades do interior, como a que eu moro (Salto), a situação é pior ainda e há uma má vontade de funcionários dessas empresas em entender o problema. Esse é um comportamento absurdo, já que a crise do desemprego vem crescendo e só piora dessa forma. 

Um exemplo são as farmácias. Não é preciso raciocinar muito para se compreender que o grupo de risco da Covid 19 é formado por um público que consome muito medicamento. Pois é, mas as farmácias aqui não fazem entrega em casa. Pelo menos não da forma ideal. 

Algumas redes maiores, como Droga Raia e Drogasil se comprometem a entregar se o destino estiver a 500 metros das unidades. Isto é ridículo. Outras, como a Drogal, recebem pedidos por 0800, o que torna as encomendas demoradas, já que os nomes dos remédios são difíceis. 

Isto nessas redes, porque há outras, como a São Paulo, que sequer atendem ao telefone para receber os pedidos. O telefone está sempre ocupado. Ou seja, não há uma pesquisa para se verificar como atender melhor e fidelizar esses clientes que precisam do serviço, ainda mais agora. 

Se houvesse essa preocupação, essas farmácias poderiam lucrar bem mais, além de gerar emprego para entregadores e satisfação para os clientes. No vácuo que deixam entram farmácias de São Paulo capital, faturando alto para o envio longe, mas atendendo os clientes adequadamente. 

Mas a lentidão não é só das farmácias. Os mercados, as lojas e os açougues também não prestaram atenção ao que está ocorrendo. Alguns poucos têm feito entregas, mas a preços exorbitantes. O que acontece é que lojas maiores e da capital estão ocupando esses espaços e faturando. 

A lentidão e a desatenção com o cliente nesses tempos de pandemia não ficam só nas pequenas cidades. O Extra, por exemplo, leva dez dias úteis para trocar um e-mail e número de telefone do cliente. Sem essa troca, quando há um erro, não realiza nenhuma venda até o reparo. 

As informações, disponibilizadas junto aos produtos nos sites, é bem deficiente também. Não se sabe dimensões exatas, tipo de tomada e até cores disponíveis em muitos casos. Se não se acertarem com brevidade, as empresas vão ter muitas dificuldades depois da pandemia.

08 junho 2020

Eles não sabem o que fazem

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta segurar a apuração da imprensa em
vez de tomar atitudes que possam ajudar no combate à pandemia


A atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de tentar frear a ação da imprensa, retirando dados estatísticos sobre a pandemia do coronavírus, me lembra a forma de agir de José Crespo (DEM), ex-prefeito de Sorocaba, a quem assessorei durante quase três anos. 

Assim como o principal mandatário do país, o ex-administrador municipal também fazia um enfrentamento agressivo e descabido da atuação dos jornalistas, criando mais crises de relacionamento e problemas de consolidação das ações do governo que o contrário. 

Infelizmente, alguns dirigentes têm tendência a achar que podem manipular a população e todas as suas representações, em uma tentativa de reviver a época da ditadura, mas isto não ocorre na prática e tampouco tem espaço para existir na sociedade brasileira dos dias atuais. 

Vendo o noticiário hoje, lembrei-me de um episódio do início do governo Crespo, semelhante ao que Bolsonaro pratica agora, ao determinar o sumiço dos dados da pandemia das estatísticas do Ministério da Saúde, que tinha a mesma intenção de cercear o trabalho da imprensa. 

A ação patrocinada pelo ex-prefeito ocorreu em março de 2017, quando o governo entregaria o Residencial Carandá, um dos maiores conjuntos habitacionais do país com mais de 2,5 mil moradias: o então prefeito me deu a ordem para impedir o acesso da imprensa ao local. 

Imaginem bloquear a entrada de jornalistas em um conjunto habitacional aberto e durante a mudança de cerca de 10 mil pessoas? Loucura total. Mas foi feito, embora tenha havido vazamento, com a entrada de jornalistas disfarçados de moradores para ouvir moradores. 

O que me deixava descontente com a decisão do ex-prefeito, de tentar barrar a imprensa, tem a mesma ação com Bolsonaro: as dificuldades criadas são apenas pelo prazer pessoal deles e não para alguma mudança de comportamento que possa haver por conta disso. 

Eu perguntava na época qual era a razão para impedir a imprensa de entrar no conjunto habitacional? E o ex-prefeito dizia: para que não fiquem criando reportagens negativas junto aos moradores. Bolsonaro tem a mesma intenção: impedir a imprensa de mostrar descontrole. 

Essas são coisas que se combate com ações efetivas de marketing e não com cerceamento de jornalistas. Esses líderes acostumados com a força em vez do jeito sempre erram. Eu imagino o quanto sofre o setor de comunicação do governo federal para limpar a sujidade deixada por ele. 

Se analisasse na época, o prefeito estava entregando um conjunto que ficara enroscado por um mandato inteiro antes. As pessoas lá estavam muito felizes com ele. Para o resto da população era mostrar que o governo estava cuidando de quem mais precisava naquele momento. 

Bolsonaro também pode mostrar ação melhorando o atendimento às vítimas do coronavírus. O apoio aos Estados e aos municípios mostra envolvimento. Ou seja, o marketing funcionaria positivamente. Ao contrário do que ele vem fazendo que é bater bumbo para louco dançar. 

Enfim, uma coisa é certa: líder nenhum vai impedir o trabalho da imprensa. Nem mesmo na ditadura conseguiram. Jornalista é um investigador por natureza e consegue todas as informações cedo ou tarde. O que a imprensa precisa é ser tratada com respeito. 

Neste sentido festejo a decisão dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo e dos portais G1 e UOL, que anunciaram uma colaboração para coletar dados sobre a epidemia nos 26 Estados e no Distrito Federal e transmiti-las à população independentemente de Bolsonaro. 

Cumprimento também a decisão do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que reúne os titulares das 27 secretarias de Saúde da federação e que criou no fim de semana o Painel Conass, o qual será atualizado com dados todos os dias às 18h30 (horário de Brasília). 

02 junho 2020

Respostas

A pandemia provocada pelo coronavírus deixa a todos aturdidos sobre como
será a nossa vida depois que tudo isto passar e como será?


Existe vida depois do coronavírus?, essa é a pergunta que todos estamos nos fazendo, não é? 

E a resposta não me veio de pronto. Sabe por quê? Porque não tenho uma resposta para aquilo que não aconteceu ainda. Você consegue pensar com exatidão naquilo que não aconteceu? 

Conseguimos imaginar apenas. 

Então fiquei pensando em toda a minha vida. O que fiz de bom nesta vida? Existe algo? 

Os pensamentos foram acontecendo. 

Eu consigo me lembrar de ter feito coisas boas sim. Todos nós fazemos coisas boas na vida, não é? Fiquei feliz de lembrar disso. 

Mas depois me dei conta de que tudo que fiz de bom não muda minha vida agora. 

E sabe por quê? 

Porque isto já aconteceu. Eu preciso de respostas para hoje. O que será do meu dia hoje? 

O meu dia será o que eu quiser que ele seja. Será de angústia se pensar depois do coronavírus. Ou será de alegria se pensar no que fiz de bom. 

Mas será, sobretudo, feliz se eu pensar que posso mudar o meu destino. 

E eu posso. 

Todos nós podemos. 

O que é o sonho? 

É um pensamento sobre aquilo que desejamos. 

Se pensarmos com energia como quem imagina as férias dias antes de elas acontecerem, vamos realizar esse pensamento, esse sonho. 

Então eu penso que o dia hoje é maravilhoso e divido esse dia com você. 

Quero que mentalize no milagre desse dia. Hoje é tudo que temos e é um conjunto fantástico. 

Vamos viver, porque viver é incrível, inigualável e inesquecível.

28 maio 2020

O futuro é um muro alto

Ninguém sabe o que o futuro nos reserva: poderemos quebrar a casca do ovo e sermos engolidos por uma raposa faminta ou poderemos virar uma nova vida ou nem quebrar a casca 


Nesses tempos de pandemia, várias vezes somos levados a fazer reflexões sobre a vida, sobre as pessoas e sobre Deus e seus desígnios na tentativa vã de conhecer o futuro. 

Mas o que vai acontecer é um mistério impenetrável. 

Outro dia um vidente foi alvo de risos quando se verificou que suas previsões, de que este seria um ano mais leve e cheio de oportunidades, não se confirmaram. 

Muita coisa dá certo quando se faz previsões, mas nem aquelas baseadas em dados técnicos são certeiras sempre. O erro ocorre exatamente quando se dá o imponderável. 

Ninguém imaginava, por exemplo, que o coronavírus causasse o que causa. Sequer se tinha um vírus dessa natureza na alça de mira há bem pouco tempo atrás. 

Se não temos nenhuma certeza garantida, não podemos também desistir de planejar ou desistir de persistir. Ambas as ações são fundamentais para se chegar ao sucesso. 

Devemos sim planejar para sabermos o que poderemos realizar e em que condições. Se houver imprevistos, como o coronavírus vem sendo para todos, replanejamos. 

A persistência é o que garante que possamos acertar em algum momento. Se não estivermos insistindo, não saberemos nunca quando é o momento ideal. 

Outra coisa necessária é a atenção aos movimentos do mundo. Não é a oportunidade que muda o rumo dos negócios, mas estar preparado para ela. 

Agora mesmo, quando o coronavírus atrapalhou completamente a vida de todos, muita gente está ganhando com novos negócios criados a partir da demanda por serviços online, que surgiu e se consolida. 

Nem tudo dá para vender por internet, mas o que não dá deve ser adaptado. Magazine Luiza, Americanas e vários outros dão o exemplo com suas plataformas de apoio. 

Se os produtos que vendiam não têm a mesma saída pela internet – e até têm boa saída -, eles então vendem os produtos de outros e fazem a intermediação. 

Ninguém sabe o que o futuro nos reserva. Poderemos quebrar a casca do ovo e sermos engolidos por uma raposa faminta ou poderemos virar uma nova vida promissora. 

Também poderemos nem quebrar a casca. 

Por isso temos de nos aventurar. Não importa quais sejam os desafios, os inimigos e todo o medo que dá. 

Que mantenhamos a atitude sempre.

27 maio 2020

Um elogio muda a vida

O elogio sincero eleva a alma à condição de alguém acima das
dificuldades da vida, mas nunca se pode esquecer de se manter os pés no chão


Conheci um jovem advogado, certa vez, que me surpreendeu pela habilidade com a comunicação. 

Não que isto seja uma capacidade incomum para advogados, mas é o que se espera da minha profissão de jornalista e profissional de marketing. 

Advogados, normalmente, focam no conhecimento das múltiplas brechas que a legislação possui para acionar e vencer processos para os seus clientes. 

Esse advogado não se descuidava das oportunidades das letras da lei, mas ia além. Todos se encantavam com ele e o ajudavam em retribuição. Fiquei curioso para saber o segredo dele. 

Observando-o descobri que ele sabia usar como ninguém o elogio. Sempre achava um jeito de destacar um detalhe do outro. 

Não eram elogios forçados ou baratos. Falava com simplicidade. Sempre a partir de uma frase: o senhor me ensinou a ser melhor com essa aula de direito ou a senhora fez a diferença na defesa do réu. 

Perguntei onde aprendeu essa habilidade. Ele me disse que se casou com uma mulher brava.

“Tive de encontrar o melhor caminho para agradá-la. No começo foi isso. Depois percebi a cada dia as qualidades dela. A partir daí os elogios brotavam". 

Um grande exemplo de como usar as dificuldades pessoais como aprendizado para a vida. 

Se olharmos bem, vamos sempre encontrar motivos para elogios também e eles melhoram qualquer relação, por pior que seja.

24 maio 2020

Quem toca o nosso coração?

Neste momento de pandemia é preciso entender o que vai no
coração do outro para garantir uma comunicação mais efetiva 


Hoje se comemora o Dia Mundial da Comunicação, uma data importante para nós que somos do meio e me arrisco a dizer: para todo mundo, sem distinção. 

Nesses tempos diferentes por conta da pandemia, falar em comunicação é falar em muito mais do que levar uma mensagem. A comunicação hoje se tornou um tesouro ainda maior. 

Empresas estão aprendendo a se comunicar de outras maneiras, grandes marcas estão reaprendendo a importância do cliente e fundamentalmente nós, os comunicadores, estamos vivendo de uma forma nova de comunicar usando velhos meios.

Tudo porque um vírus mudou as relações. 

Neste momento, eu tenho certeza de que caiu ou pelo menos perdeu força no seu significado a máxima de que "Comunicação não é o que você diz, mas o que o outro entende". Agora muito mais que isto comunicar é sensibilizar o outro.

É pelos sentidos que nos comunicamos e percebemos a comunicação dos outros. 

Se formos tocados pela emoção do que se fala, seremos fisgados pela comunicação. 

Em tempos de pandemia, quem souber tocar o coração das pessoas, fará muito mais sucesso. Afinal, estamos fechados para o mundo. 

Nada melhor para isso do que usar bons comunicadores e bons publicitários. Feliz Dia Mundial da Comunicação a todos nós.