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O ser humano é o grande responsável pela degradação do meio ambiente e isto tem contribuído para o aparecimento de várias doenças com origem animal |
Este momento, em que boa parte da população está confinada em casa e aquela que não está, por ter de trabalhar, também se ressente da falta de uma vida normal, é excelente para se fazer uma reflexão acerca da importância do meio ambiente, cujo Dia Mundial se comemorou nesta sexta-feira (5) sem muito alarde.
A razão para unir as duas situações é muito simples: vivemos um momento de necessidade de conscientização, tanto no que se refere ao isolamento social quanto às medidas de higiene, e a reflexão é fundamental também quando se pensa em meio ambiente, pois o maior agressor dele é o próprio homem com sua ação desenfreada.
Se observamos, o desmatamento e o avanço dos centros urbanos sobre as áreas de mata aceleraram e continuam acelerando a aproximação entre animais selvagens e humanos. Além da destruição desse habitat natural, o resultado disso é que a população passou a conviver com crises e com novas doenças.
Alguns bons exemplos são: a crise hídrica vivida pelos paulistas em 2014 de uma forma muito rigorosa e o surgimento de doenças com origem animal de 2002 para cá. A população passou pela falta do líquido mais precioso para a vida humana mudando hábitos e pelas doenças com sofrimento e perdas enormes, como agora.
Quem não se lembra dos estragos causados em 2002 pela Síndrome Respiratória Aguda Grave, em 2005 pela gripe aviária, em 2009 pela gripe suína e podemos colocar nessa relação ainda o Aedes aegypti e as transmissões da dengue, zica e chikungunya, além da leptospirose, onde a origem animal está presente?
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013 já alertava que 70% das novas doenças em humanos tiveram origem animal. O que está acontecendo agora por conta do coronavírus é um bom exemplo do que síndromes de alastramento rápido em uma população despreocupada podem fazer.
Se as autoridades políticas, econômicas e judiciárias não se conscientizarem da necessidade de regrar, reduzir e compensar os estragos causados ao meio ambiente -e a população como um todo deve cobrar dessas autoridades-, o resultado nos próximos anos será muito mais devastador, cruel e desolador do que agora.
Está em nossas mãos.
Artigo publicado na seção de opinião do Jornal Taperá de 06-06-20