14 julho 2020

5 dicas para enfrentar a pandemia


É preciso acreditar que pandemia vai acabar e manter a esperança de que toda 
a situação difícil do isolamento social pode ser driblada

Provocada pela infestação do novo coronavírus, a pandemia tem causado problemas de toda sorte. Todos enfrentam hoje, junto ou alternadamente, o desemprego, a quebra de negócios, crises mais intensas na convivência e o medo de sofrer uma contaminação pela Covid-19. Tudo isto aliado a uma falta de liberdade de ir e vir.

Não é à toa que as empresas farmacêuticas registraram em maio uma elevação nas vendas de remédios para ansiedade e insônia da ordem de 60%. Está difícil encostar a cabeça no travesseiro e dormir como antes ou nem isso: apenas conseguir repousar o suficiente para recarregar as energias e fazer com que estejamos bem no dia seguinte.

O Google fez um levantamento que constatou que a palavra insônia foi a mais procurada em sua plataforma entre os meses de abril e maio. O aumento no volume de buscas foi de 130% e o que mais se buscou, em torno do termo, foram substâncias para auxiliarem no tratamento desse sintoma comum em momentos de crise.

Não é hora de enlouquecer, evidentemente, mas não há uma receita que seja definitiva para enfrentar a situação. Especialistas e pessoas que já viveram muitas crises dão algumas dicas para passar por esse momento. O ideal é se inspirar nelas e desenvolver uma lista própria baseada na condição de cada um para enfrentar o problema.

A primeira delas é separar o mundo real do mundo imaginário, ou seja, não entrar na neura. Existe sim o risco da contaminação, mas ele não é igual para todos e não está em tudo como se possa intuir. Por isso, não perca tempo tentando desinfetar até a pizza com álcool gel como vi em um seriado da tevê esses dias, pois isso é loucura.

Como separar uma coisa da outra? Da mesma forma que se enfrenta o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), isto é, reconhecendo que pensamentos e comportamentos obsessivos vêm de um distúrbio. Então é preciso redirecionar os pensamentos para outras coisas que não afetam tanto a vida, mesmo que exija mais trabalho.

A segunda é acreditar que vai ter fim. Já recebi mensagens em redes sociais de gente que deu a vida por encerrada. Essas pessoas não acreditam mais que vai acabar essa situação. Ao contrário disso, é preciso acreditar sim que a pandemia vai atingir um auge e vai diminuir. A volta ao normal pode e deve demorar, mas ela vai existir.

Há quem fale em um prazo até outubro, outros até o final do ano, mas o mais realista de todos é pensar em algo em torno de 18 meses. É claro que não se fala aqui nesse tempo para voltar a sair de casa ou para voltar às atividades econômicas, mas sim voltar a ter uma vida normal outra vez, já que até lá haverá vacina e outras ações necessárias.

A terceira dica é tentar encontrar serenidade para enfrentar a situação. Tenho amigos que falam em surto de inconformidade com o isolamento social. Pessoas que dizem que pegam o carro para dar uma volta de máscara e passar álcool gel em tudo 10 ou 20 vezes. Só para terem a satisfação de que não estão presas, não estão bloqueadas.

É claro que é difícil conviver com um confinamento. Mas há maneiras de passar por isso sem ficar no limite. A principal delas é manter uma rotina de atividades, fazer coisas de que gosta, exercício físico e trabalhar o emocional com meditação, relaxamento e alimentação regular. Não encarar a situação como final ou como prisão.

A quarta sugestão é manter a preocupação e a ajuda ao próximo. Não importa qual o tipo de ajuda. O que importa é ajudar e pensar nas pessoas que estão em situação pior e que precisam de auxílio. Isto não cabe só ao governo, às autoridades, aos empresários. Vale doar máscara, comida, trabalho e até mesmo os ouvidos para escutar queixas.

Por incrível que pareça, essa preocupação e o auxílio a quem precisa aliviam o coração e reduz o estresse do isolamento. Existem pessoas que não sabem preencher os dados do aplicativo do banco para receber o auxílio do governo, que não sabem reunir documentos para pleitear ajuda. Enfim, são muitas as formas de ajudar.

A última e não menos importante dica é não perder a esperança. Existem pessoas que já viveram crises muito graves e muito difíceis antes dessa e elas se mantiveram firmes para passar por elas com a esperança. Nesta vida se perde tudo, mas nunca se pode perder a esperança. Ela é inerente ao ser humano e fundamental para ele.

Imagine que antes da pandemia, não havia leitos em UTIs e nem leitos comuns suficientes. Era inimaginável que tudo o que foi criado -e ainda não é suficiente, é claro-, pudesse estar disponível como está agora. Mas a pandemia exigiu e foi feito, ou seja, não há uma situação instransponível. A esperança nos move agora para a vacina e ela virá.