04 julho 2020

A necessidade de um plano de retomada

É imperioso que as prefeituras e as autoridades dos municípios estabeleçam 
um plano urgente de retomada da economia pós pandemia ou em meio a ela


Chegamos literalmente à metade do ano nesta semana, mais precisamente na quinta-feira (2), mas as perspectivas de retomada da economia ainda estão bastante amarradas. A razão principal é que Salto voltou à classificação vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, por conta da elevação no número de casos da Covid-19, que chegou a 250, e de mortes, exatamente dez já. Mas é imperioso que a Prefeitura e as autoridades do município estabeleçam um plano urgente de retomada da economia. 

Além das perdas de vidas humanas, o que já é um patrimônio inestimável, estão ocorrendo perdas significativas de postos de trabalho e de atividade econômica, onde estão as geratrizes de movimentação financeira. A situação é crítica. Taperá mostra nesta edição que foram fechados 751 postos de trabalho com carteira assinada, de janeiro a maio, em Salto. Isto fora os postos de trabalho informais que estão sendo fechados ou já foram e que são bem mais que o número oficial, sem dúvida nenhuma. 

O recuo da atividade econômica também pode ser observado com muita preocupação: entre janeiro e maio foi de 2,41%, mais uma vez se falando apenas em termos oficiais, ou seja, aquilo que está legalmente registrado. O impacto da paralisação da economia é muito maior se forem considerados os serviços informais, como pedreiros, eletricistas, catadores de recicláveis, costureiras, mecânicos, enfim a variedade de profissões e atividades é enorme. Não há uma estatística oficial a respeito, mas se sabe que é grande. 

A paralisação da economia está afetando todos os setores: nesta semana o Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, que agora é ligado ao Cruzeiro do Sul Educacional, uma das maiores organizações educacionais do país, anunciou demissões de professores. Pelo menos 20 deles, alguns com muitos anos de casa, foram dispensados e afetaram diretamente, com suas saídas, oito cursos diferentes. Não há como a instituição suportar a falta de atividade e manter o quadro de pessoal e a estrutura de ensino. 

A ação desse plano de retomada precisa contemplar duas áreas fundamentais: a primeira é a manutenção da segurança de saúde das pessoas, o que exige ainda o isolamento social, mas com a liberação para o trabalho daquelas pessoas que já podem voltar por exercerem atividades das quais não podem se ausentar, e a segunda a consequente fiscalização para obrigar o uso de máscara e o respeito ao distanciamento e o impedimento de aglomerações. Afora isto, precisa ter ideias práticas de como voltar ao trabalho. 

Não dá para esperar mais. 



Artigo publicado na seção opinião do Jornal Taperá de 04-07-20