26 agosto 2020

Palmeiras festeja 106 anos com equilíbrio financeiro

Jogadores do Palmeiras levantam a taça de campeão da Libertadores 
em 1999, uma das grandes conquistas do clube ao longo de sua história 


Em sua 11ª edição, o relatório elaborado pelo Banco Itaú, no que diz respeito à Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol, revelou que apenas três agremiações estão no caminho correto em termos de gestão sustentável no país: Palmeiras, Flamengo e Grêmio, embora tenham formas diferentes de administração.

O Palmeiras é o único clube paulista com boa administração na visão dos técnicos do banco, prova disso é que chega aos 106 anos de fundação nesta quarta-feira (26) com um caixa totalmente equilibrado, mesmo em meio à crise imposta pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, que suspendeu jogos, mas não despesas. 

Esse desempenho ocorre, porque a estrutura é forte e sustentada em um bom leque de receitas. Com isto, é possível aos administradores fazer reduções de custos e despesas. O Palmeiras não vive só do futebol. Com a perda de receita por causa da pandemia, o clube ajustou seus custos e segue com suas atividades normalmente. 

A importância de uma boa performance financeira se reflete no campo com resultados positivos, como a última conquista, quando ganhou mais um título paulista, o seu 23º. O Palmeiras já é atualmente o maior vencedor de Campeonatos Brasileiros, com dez conquistas. Enfim, na avaliação do banco, está tudo bem com o Palmeiras. 

Não é o que acontece, por exemplo, com o seu arquirrival Corinthians, que vive um momento intitulado no relatório do banco como “Desastre à vista.” Sem paixões clubísticas, embora eu seja palmeirense desde criança, o time de Parque São Jorge enfrenta problemas graves com custos e despesas. Ambos crescem de forma assustadora. 

Diante disto, o tipo de gestão que o clube dispõe o leva ao único caminho que havia no passado: a venda de atletas para saldar dívidas. Quando isto ocorre, muito bem, mas quando não se consegue disponibilizar jogadores para o mercado interno ou externo as contas desandam. Foi o que aconteceu no ano passado e se agrava agora na pandemia. 

Pior ainda é a gestão adotada pelo São Paulo. Ela é do tempo da bola de capotão. Em 2019, o clube aumentou significativamente as suas dívidas e, como consequência, ficou longe de resultados esportivos relevantes. A conta não fecha. O futebol gasta, não há novas receitas e o financeiro vive correndo atrás para pagar as contas. 

O último grande paulista, o Santos, se manteve em 2019 com a mesma receita: a venda de jogadores. O problema é que esse é um modelo que se exaure rapidamente, sobretudo quando não há grandes revelações para engordar o caixa. Se o que entra é limitado, os investimentos também passam a ser e tudo patina. 

A situação do Flamengo no Rio, que é o único time com gestão eficiente, é semelhante à do Palmeiras em São Paulo, com o agravante de que os outros times cariocas são bem piores que os paulistas. Dessa forma, a distância que o clube terá de Fluminense, Botafogo e Vasco será cada vez maior e tende a se pronunciar mais este ano com a crise. 

Em relação aos demais grandes clubes, como Athletico Paranaense, Bahia, Fortaleza, Ceará e Goiás, o investimento acertado é pontual, mas insuficiente. Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Internacional, Atlético-MG e Santos acumulam gastos excessivos e dívidas que jamais serão pagas, segundo o banco.